Uma dúvida comum entre casais que recorrem à Fertilização In Vitro (FIV) é a possibilidade de escolher o gênero do bebê.
Não é possível escolher o sexo da criança apenas por uma questão de preferência. Assim como em uma gestação natural, a FIV não oferece essa opção.
No entanto, existem exceções específicas em que a escolha do sexo pode ser permitida, mas essas situações estão rigorosamente regulamentadas.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a técnica de Reprodução Assistida pode ser usada para escolher o sexo do bebê apenas em casos onde seja possível evitar a transmissão de doenças genéticas associadas ao sexo.
Por exemplo, algumas condições genéticas raras são determinadas pelo sexo, como doenças ligadas ao cromossomo X, que afetam mais os meninos.
Nesse tipo de situação, a escolha do sexo pode ser uma medida de prevenção para evitar a transmissão dessas doenças para a próxima geração. Porém, essas decisões precisam ser justificadas por razões médicas, e não por preferências pessoais dos pais.
Mas por que essa restrição existe?
O ato de escolher o sexo levanta questões éticas e sociais profundas. Se essa prática fosse amplamente permitida, poderia haver um desequilíbrio demográfico entre os sexos, o que resultaria em várias implicações para a sociedade, como a diminuição da diversidade e até mesmo problemas sociais mais complexos no futuro.
Além disso, a pressão social para que as pessoas escolham um sexo específico, em vez de aceitar o que acontece naturalmente, poderia gerar sérios conflitos éticos e distorções nos valores relacionados à equidade de gênero.
Portanto, as leis e regulamentações que limitam a escolha do sexo de bebês visam preservar o bem-estar social e individual. É importante compreender que, embora os avanços da medicina reprodutiva tenham proporcionado novas possibilidades, a ética e o respeito pelas normas sociais e biológicas continuam sendo fundamentais para o desenvolvimento dessas tecnologias.
Em resumo, a escolha do sexo do bebê é uma questão que vai muito além da ciência médica e a medicina reprodutiva, apesar de estar em uma constante evolução, visa sempre o bem-estar dos indivíduos e da sociedade na totalidade.
⚕ Dr. Wilson Jaccoud – CRM-SP: 41.142 | RQE: 13.038
⚕ Dra. Anna Clara R. P. Bugalho – CRM-SP: 205.369 | RQE: 118.640